Segundo "Época", piloto da McLaren foi vítima de uma armação de empresa
A tentativa de assalto ao piloto inglês Jenson Button, no GP de Interlagos, no último final de semana, pode ter sido forjada.
Segundo informou a revista "Época", a Polícia Militar de São Paulo suspeita que o atual campeão tenha sido vítima de uma espécie de trote armado por sua segurança, que desejava impressionar o piloto e, assim, valorizar seus serviços.
Segundo a história contada por Button, seis homens armados tentaram cercar a Mercedes blindada que o levava do autódromo de Interlagos para o hotel na noite de sábado. O piloto estava acompanhado de seu pai, de um fisioterapeuta e de seu empresário.
O motorista de Button, segundo a McLaren, era um policial brasileiro especializado nesse tipo de serviço. Em entrevistas sobre o caso, Button ressaltou a habilidade desse policial-motorista.
Ao perceber a movimentação dos bandidos, ele teria manobrado, forçado a passagem entre outros carros numa via congestionada, gerando algumas colisões e feito diversas ultrapassagens. "Ele foi uma lenda", disse o piloto.
A conclusão foi obtida após a análise de diversas contradições, esmiuçadas pela revista:
- Falta qualquer tipo de registro ou reclamação formal sobre o evento. A Polícia Militar diz que não recebeu nenhuma chamada no 190 ou no 911 (as chamadas para esse número são automaticamente direcionadas ao 190) para tratar do caso.
- O capitão Emerson Massera, porta voz da operação especial montada para o GP, afirma que não foi procurado pela escuderia, pelo piloto ou por qualquer outra pessoa envolvida. A Polícia Civil também desconhece eventuais reclamações em delegacias ou boletins de ocorrência sobre o caso.
- Outra estranheza está no compotamento dos supostos assaltantes. A imagem de seis homens ostentando armas no meio de uma via movimentada pode ser bastante impressionante, mas, na opinião de alguns policiais, é inusitada. O mais comum numa tentativa de assalto, dizem, seria uma aproximação disfarçada para uma abordagem surpresa.
- A presença de um policial brasileiro como motorista do piloto também causa inquietação. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirma que não disponibiliza policiais para acompanhar profissionais da F-1. A suspeita mais forte é que o policial-motorista que dirigia para Button estava fazendo bico, o que é vetado pelas normas da polícia.
- A PM diz que já identificou esse policial, mas não divulga seu nome. Caso o bico fique comprovado, ele poderá sofrer punições administrativas. Primeiro, pelo próprio bico. Depois, por não ter feito o comunicado da ocorrência.
- O relato da fuga também alimenta dúvidas. Policiais são suficientemente bem informados para saber que a blindagem de um carro leve de passeio não é forte o suficiente para evitar perfurações de tiros disparados por uma arma longa. Se os assaltantes estivessem mesmo ameaçando com algum tipo de fuzil, não seria recomendável tentar fugir.
Fonte: Tazio
13 de novembro de 2010
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