O Grande Prêmio entrevistou o grande responsável pela pista do Algarve. Paulo Pinheiro foi quem desenhou e colocou em prática o objetivo de recolocar Portugal no calendário da F1
A F1 é a cereja do bolo para qualquer autódromo do mundo. É com base nas exigências da principal categoria do automobilismo mundial que os promotores de evento, desenhistas e envolvidos na construção de uma pista procuram pautar os projetos dos novos circuitos atualmente. E com o autódromo do Algarve não foi diferente.
O circuito está localizado na pequena cidade de Mexilhoeira Grande, próxima a Portimão e Faro, e foi inaugurado em 2008, depois ser homologado pela FIA e pela FIM. São 300 hectares de área total e uma obra que custou € 165 milhões (R$ 370 milhões). Além da pista, o complexo possui um kartódromo, parque tecnológico, hotel e um prédio de apartamentos.
O traçado, localizado em uma forte região turística, não foi idealizado por acaso. O sonho é, sim, receber a F1. Mas não imediatamente. Em entrevista ao Grande Prêmio, o projetista, idealizador e principal responsável pela pista, Paulo Pinheiro, afirmou que o objetivo sempre foi o de recolocar Portugal no calendário da F1, mas admitiu que a meta vai demorar um pouco mais para se tornar realidade. Pinheiro destacou que enxerga a possibilidade de ver a F1 no Algarve apenas em um período de quatro ou cinco anos.
“O sonho de receber a F1 existe, claro, mas atualmente vivemos um período complicado para isso. Mas acho que em um período de quatro ou cinco anos vejo com maior possibilidade. E o grande problema está na questão econômica. Porque já provamos que temos capacidade. Tivemos os testes de F1 aqui em 2009, além de outras competições importantes, como o Mundial de GT1 e a GP2, que praticamente é a mesma coisa que a F1, já que são organizadas pela mesma estrutura. E conseguimos mostrar que temos a estrutura e as facilidades necessárias”, afirmou o arquiteto.
“Nós cumprimos todas as exigências da FIA, da FOM e da Fota. E isso contou para os testes que tivemos aqui em 2009. Quer dizer, eles analisaram tudo: as condições da pista, localização, paddock. E a conclusão foi que estamos perfeitamente aptos a receber uma corrida de F1”, completou Paulo, que é da região de Portimão.
Porém, usando um discurso cauteloso, Pinheiro reconheceu que a atual concorrência com os países asiáticos e árabes tornou cada vez mais complicada a intenção de fazer a F1 tomar o caminho de volta à Europa. Paulo, no entanto, deixou escapar certo otimismo e acredita que, em algum momento, Bernie Ecclestone vai dar uma chance para novas etapas européias.
“O que vemos hoje é que as economias emergentes querem mostrar seu poder econômico usando a F1 como bandeira. Aconteceu com a China, com Abu Dhabi, com o Catar e Dubai. Mas o que acontece é que são países sem tradição no automobilismo, então não existe um apelo. Não tem público. Mas tudo isso é como na vida, em que existe um ciclo, e esse ciclo pode acabar mais cedo ou mais tarde. Na China, por exemplo, ninguém sabe quem é o piloto que está dentro do carro. Por isso que, nas corridas na Itália, na Alemanha e na França, o público é enorme”, disse o português.
"Obviamente, são opções econômicas e compreendemos isso, principalmente diante da questão financeira atual”, completou.
Fonte: Grande Prêmio
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