9 de março de 2010

WRC: A íngreme curva de aprendizado de Kimi Räikkönen

Por Emmanuel Roland

As duas primeiras rodadas do WRC provaram ser um verdadeiro grande desafio para o piloto iniciante Kimi Räikkönen, Campeão Mundial de Fórmula 1.

O finlandês fez uma mudança arriscada, deixando a Fórmula 1 para tentar sua sorte no WRC com a equipe Citroën Junior, patrocinada pela Red Bull.

Durante o Rali Ártico da Lapônia, ele bateu numa árvore e terminou muito atrás dos líderes. Então, no Rali da Suécia (rodada de abertura do WRC), ele bateu num banco de neve e novamente perdeu tempo significativo.

O Rali do México Corono (rodada 2 do WRC) foi ainda pior. Perto do final da corrida no dia 1, Räikkönen teve uma saída severa que virou uma série horrorizante de capotagens.

Felizmente, tanto ele como seu co-piloto Kaj Lindström saíram sem contusões. Contudo, o mesmo não pode ser dito do carro, que ficou totalmente destruído.

Mas vamos segurar qualquer julgamento severo sobre Räikkönen, que corajosamente fez o que a maioria dos outros pilotos não ousaria - tendo mais nada a provar na F1 após uma gloriosa carreira que começou com uma mudança surpreendente da Fórmula Renault à Fórmula 1 com a McLaren em 2001 e culminou com um campeonato mundial na Ferrari em 2007 (em sua primeira temporada com a Scuderia), ele decidiu se reinventar completamente e assumir um desafio completamente novo.

Não esqueça que todos os outros pilotos de WRC fizeram o longo, "clássico" percurso até onde eles estão agora. Eles aprenderam as manhas do rali após muitas tentativas e erros nos níveis regionais, nacionais e internacionais. Räikkönen chegou com virtualmente nenhuma formação de rali apesar de seu inato senso de velocidade e direção. Ele mal teve tempo de testar o C4. Na verdade, a sessão de testes antes do México teve de ser cancelada porque ele reclamava de dores nas costas que vêm de seus tempos de F1.

Os resultados iniciais de Räikkönen definitivamente não devem lançar uma sombra sob sua primeira temporada no WRC. Todos parecem concordar que ele progrediu muito desde a primeira rodada na Suécia e ele estava indo bem no México antes que a espetacular perda do controle o forçasse a abandonar.

Um ano antes, Sébastien Loeb ficou preso numa situação semelhante quando atacava uma descida tortuosa, e, exatamente como Räikkönen, seu Citroën C4 saiu voando e capotou.

O garoto certamente gosta de ir rápido, mas ele tem que descobrir seu limite. O acidente no México vai ensiná-lo uma lição, e, enquanto ele não é o tipo de piloto que se importa com a pesada pressão sobre seus ombros, ele tem seu trabalho cortado para ele. Seu companheiro de equipe, Sébastien Ogier, que terminou em terceiro na última corrida, é considerado por muitos o herdeiro de Sébastien Loeb.

Räikkönen precisa fazer sua marca. Vamos dar a ele um pouco de tempo.

Fonte: Auto123
Agradecimento: Anelise
Tradução: Fran

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