9 de março de 2010

Uma entrevista com Michael Schumacher

Faltam apenas três dias para o hepta-campeão mundial de Fórmula 1 retornar à ação durante uma sessão oficial de Grande Prêmio. Michael Schumacher marcou um total de 91 vitórias na Fórmula 1 e neste final de semana retorna após ter estado ausente por três anos.


Michael, este final de semana será sua primeira corrida em três anos. Você se preparou muito cuidadosamente, mas por outro lado, havia um número limitado de dias permitidos para testes. Você sente que sua preparação foi suficiente?
Acho que nenhum de nós pilotos sente isso, mas isto é normal: nos deem 40 dias, vamos querer 80. Você sempre tem a sensação que poderia fazer mais, e muitos dias dos testes foram prejudicados fortemente pelo clima. É tempo valioso que você perde, que seria muito importante no desenvolvimento do carro. Mas no final, estou muito feliz com nossa preparação, como nosso foco estava na confiabilidade e processos internos. Trabalhamos de forma muito eficiente. Estou muito ansioso para o começo da temporada agora.

Todo mundo parece esperar nada menos que o título de você. Estas expectativas não são talvez um pouco altas demais?
Não. Eu disse claramente desde o início: não temos que estar - e provavelmente não estaremos - em condições de vencer desde o início. É importante ficar próximo e depois utilizar a longa temporada para ficar no topo no final. Não é o início que é importante; é o final.

Mas então ter menos testes é ainda pior, pois sabe-se que você extrai todas as possibilidades nos testes para melhorar o carro.
Correto, mas mesmo assim os dados estão tão melhores em relação à qualidade e você pode analisá-los de forma muito melhor hoje em dia. Isto ajuda um monte, acelera o desenvolvimento. E então, não vimos em 2005 por exemplo que não são só os testes que fazem a diferença? Provavelmente fizemos 100.000km, e o que conquistamos? Com certeza não muito, se você recordar deste ano... Comparado a isto você pode trabalhar com muito mais propósito hoje em dia. Eu acredito firmemente que podemos lutar no topo.

Quais são suas perspectivas para esta temporada?
O carro não esteve completamente no nível dos carros de outras equipes no final dos testes, é verdade, mas a quantidade de gasolina influenciou muito esta impressão. Parece que estávamos com mais gasolina do que os outros na maior parte do tempo, portanto acho que estamos muito bem, eu diria. Mas também é difícil julgar quem já utilizou tudo que pode no momento. Nosso carro também não estava com as configurações finais - algo que fizemos de propósito. Queríamos utilizar as 2 semanas como um tempo para desenvolvimento entre o último teste e a corrida no Bahrein.

O reabastecimento não vai mais ser permitido durante as corridas, como você vai se ajustar a isto?
Resguardar os pneus será um fator importante. Teremos menos sets de pneus disponíveis do que no ano passado, o que torna mais difícil fazer o que você tem que fazer para ajustar o carro perfeitamente. Mas o trabalho de pilotagem é exatamente sobre adaptar-se a novas circunstâncias, e este é um de meus pontos fortes. Eu diria que a maior diferença serão os pneus. Teremos que desenvolver um bom feeling para eles.

Todo mundo quer batê-lo, você está pronto para lutar pelo título?
Absolutamente, sim. É para isto que estou aqui, e estou confiante que podemos ter um papel nesta luta. Se vamos vencer no final é outra pergunta, como sempre nos esportes. Mas nossa equipe inteira está extremamente motivada, assim como eu. Os caras venceram os dois títulos no ano passado, e agora com o poder Mercedes a bordo, eles querem repetir este sucesso. Todos queremos vencer. A temporada será longa e difícil, sem dúvida, mas amo esta luta - é por causa desta luta que voltei à Fórmula 1.

Fonte: GP Update
Tradução: Fran

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