Variedade é o que não falta. Após a neve e o cascalho, você fez seu primeiro rali WRC no asfalto. Satisfeito?
De forma geral, sim, nossa velocidade foi boa. Ok, mas foi decepcionante que não terminamos onde poderíamos, no top 4. Mas o mais importante foi que aprendemos muito novamente. No segundo e terceiro dia não foi fácil ter a mesma motivação do início quando estávamos brigando pelas posições da frente. Mas no final estou feliz.
A diferença de tempo para Sebastien Loeb é como você esperava?
Foi a primeira vez que eu corri um rali de asfalto contra Loeb. Como eu poderia ter uma ideia exata do que esperar? Em alguns lugares não estivemos tão distantes.
Como um ex-piloto de F1, você certamente se sente mais confortável no asfalto. Você já está trabalhando em detalhes, no asfalto?
A diferença não é tão grande, apesar de eu me sentir mais em casa no asfalto. Mas a pilotagem no rali é e sempre vai ser algo totalmente diferente às corridas nos circuitos. Quando ajustamos o carro de rali é o mesmo procedimento. Você lida com um programa, não importa se é no cascalho ou no asfalto. Ainda me falta a experiência no rali. É por isso que eu confio não só no que eu sinto, mas também escuto as dicas da equipe.
Após meia temporada, o rali ainda é paixão ou já virou negócio de rotina?
Não, eu ainda tenho muito a aprender, então não é negócio de rotina. Eu gosto de pilotar ralis, é um ótimo desafio para mim.
Como você está no processo de aprendizagem?
Ainda no princípio. No rali não há nada como a experiência. Tudo é muito complexo, nada pode ser aprendido em alguns meses.
Em que áreas você vê mais espaço para melhoras?
Todas, na realidade. Tudo é novo para mim, estou aprendendo o tempo todo. Um ponto fundamental que temos que trabalhar são as notas. É algo que não existe nos circuitos, mas no rali é um fator importante do sucesso. Com as notas certas, você pode ganhar muita velocidade.
E onde você mais melhorou?
Não acho que haja um ponto. O objetivo é melhorar em tudo junto, o pacote completo - aprender tanto quanto for possível. Eu me sinto agora muito mais forte do que no início da temporada, em todas as áreas. Mas temos que continuar trabalhando e aprendendo.
Há coisas no campeonato de rali que você imaginava que eram diferentes?
Não, basicamente tudo é como eu esperava. Tive um pouco de experiência desde o ano passado, então eu pude imaginar como seriam as coisas. Mas se você quer melhorar, só a experiência conta. Um circuito você pode aprender em algumas horas, no rali demora muito mais.
Onde você pode se beneficiar de sua experiência na F1?
Como eu disse antes, o rali e o circuito são na verdade completamente diferentes, não há um ponto de comparação. É claro que nos ralis de asfalto há algumas coisas que são semelhantes, como por exemplo a curva mais rápida. Ainda assim, o estilo de pilotagem é muito diferente, no carro de corrida você quer escorregar o menos possível. Pilotar da forma mais limpa possível é algo que se aplica aos dois.
E os ajustes no WRC? Você disse no início da temporada que você iria começar mais ou menos com o mesmo ajuste de seus companheiros de equipe. Agora é diferente?
Na verdade, começamos cada rali com um ajuste semelhante. Mais tarde, eu, como os outros, deixo a equipe fazer pequenas mudanças para me sentir melhor no carro. Às vezes queremos que o carro vire mais, ou mudamos a altura do carro. Felizmente, a equipe tem muita experiência com o carro e pode me dar bons conselhos.
O quão difícil é para você acreditar em outra pessoa no carro?
Você quer dizer a relação com meu co-piloto? É muito boa. Meu co-piloto Kaj Lindström é um cara ótimo com muita experiência, isso me ajuda muito. Para mim, o objetivo é fazer boas notas e otimizar a utilização delas. Estamos trabalhando nisso e está melhorando a cada rali.
Qual rali mais te surpreendeu?
Para mim todos os ralis WRC são novos - fora a Finlândia. Tudo é novo. Mas o evento mais especial desta temporada foi a Jordânia. A superfície e o caráter do rali mudaram o tempo todo. Foi muito importante trabalhar precisamente com as notas. Conquistamos nossos primeiros pontos lá, é uma boa memória.
O que você sabe sobre o ADAC Rallye Deutschland (Rali da Alemanha)?
Não muito. Sei que é um rali de asfalto com superfícies muito diferentes e que Loeb venceu lá muitas vezes. Só isso.
A Alemanha é um país do automobilismo. É um sentimento especial, como um ex-piloto de F1, competir aqui agora num carro de WRC?
Na verdade não. Não estou pensando em algo assim. Começo todos os ralis da mesma forma. Então a Alemanha é um rali como qualquer outro.
Dizem que na F1 a relação carro para piloto é de 60:40. Como é no rali?
Não sei. Não tenho experiência ainda para medir isto exatamente. Depende de tantas coisas diferentes, se você olhar para as superfícies e táticas. No rali provavelmente há mais variáveis do que na F1. Quando eu pilotava em grandes prêmios, os carros de ponta eram muito parecidos, um piloto podia fazer uma grande diferença.
Com que frequência você fala com seu amigo Sebastian Vettel? Você consegue informações sobre a F1 com ele?
De tempos em tempos nós conversamos, mas não com tanta frequência. Se conversamos, falamos sobre F1 e rali, mas também sobre outras coisas, coisas normais.
O que teria que mudar para que você voltasse à F1?
Não é tanto sobre o que teria que mudar. O problema é ter as opções certas. Eu tive algumas oportunidades de ficar na F1 nesta temporada. Mas elas não eram as opções certas, e é por isso que estou aqui agora.
A luta pelo campeonato de F1 está apertada. Quem será o campeão mundial?
Eu acho que será um duelo entre a McLaren e a Red Bull. A Red Bull é o carro mais rápido, mas eles tiveram alguns problemas com a confiabilidade. Os pilotos estão bastante próximos. A McLaren também tem feito um bom trabalho, especialmente Lewis Hamilton. Acho que será bastante apertado.
O que você acha que podemos esperar de Michael Schumacher na segunda metade da temporada?
É difícil dizer, eu não sei. Ele é um hepta campeão mundial, então obviamente é bom. Também é sempre uma questão de carro, motivação e muitas outras coisas.
E o seu futuro? Há uma decisão de continuar no rali?
Você pode ter certeza de que assim que eu tomar uma decisão eu vou falar para todo mundo. Sempre há opções de fazer coisas diferentes. Eu preciso encontrar a opção certa para mim.
Quando podemos esperar sua decisão?
Quando eu a tomar.
Fonte: Motorsport Aktuell
Agradecimento: Miezicat
Tradução: Fran
De forma geral, sim, nossa velocidade foi boa. Ok, mas foi decepcionante que não terminamos onde poderíamos, no top 4. Mas o mais importante foi que aprendemos muito novamente. No segundo e terceiro dia não foi fácil ter a mesma motivação do início quando estávamos brigando pelas posições da frente. Mas no final estou feliz.
A diferença de tempo para Sebastien Loeb é como você esperava?
Foi a primeira vez que eu corri um rali de asfalto contra Loeb. Como eu poderia ter uma ideia exata do que esperar? Em alguns lugares não estivemos tão distantes.
Como um ex-piloto de F1, você certamente se sente mais confortável no asfalto. Você já está trabalhando em detalhes, no asfalto?
A diferença não é tão grande, apesar de eu me sentir mais em casa no asfalto. Mas a pilotagem no rali é e sempre vai ser algo totalmente diferente às corridas nos circuitos. Quando ajustamos o carro de rali é o mesmo procedimento. Você lida com um programa, não importa se é no cascalho ou no asfalto. Ainda me falta a experiência no rali. É por isso que eu confio não só no que eu sinto, mas também escuto as dicas da equipe.
Após meia temporada, o rali ainda é paixão ou já virou negócio de rotina?
Não, eu ainda tenho muito a aprender, então não é negócio de rotina. Eu gosto de pilotar ralis, é um ótimo desafio para mim.
Como você está no processo de aprendizagem?
Ainda no princípio. No rali não há nada como a experiência. Tudo é muito complexo, nada pode ser aprendido em alguns meses.
Em que áreas você vê mais espaço para melhoras?
Todas, na realidade. Tudo é novo para mim, estou aprendendo o tempo todo. Um ponto fundamental que temos que trabalhar são as notas. É algo que não existe nos circuitos, mas no rali é um fator importante do sucesso. Com as notas certas, você pode ganhar muita velocidade.
E onde você mais melhorou?
Não acho que haja um ponto. O objetivo é melhorar em tudo junto, o pacote completo - aprender tanto quanto for possível. Eu me sinto agora muito mais forte do que no início da temporada, em todas as áreas. Mas temos que continuar trabalhando e aprendendo.
Há coisas no campeonato de rali que você imaginava que eram diferentes?
Não, basicamente tudo é como eu esperava. Tive um pouco de experiência desde o ano passado, então eu pude imaginar como seriam as coisas. Mas se você quer melhorar, só a experiência conta. Um circuito você pode aprender em algumas horas, no rali demora muito mais.
Onde você pode se beneficiar de sua experiência na F1?
Como eu disse antes, o rali e o circuito são na verdade completamente diferentes, não há um ponto de comparação. É claro que nos ralis de asfalto há algumas coisas que são semelhantes, como por exemplo a curva mais rápida. Ainda assim, o estilo de pilotagem é muito diferente, no carro de corrida você quer escorregar o menos possível. Pilotar da forma mais limpa possível é algo que se aplica aos dois.
E os ajustes no WRC? Você disse no início da temporada que você iria começar mais ou menos com o mesmo ajuste de seus companheiros de equipe. Agora é diferente?
Na verdade, começamos cada rali com um ajuste semelhante. Mais tarde, eu, como os outros, deixo a equipe fazer pequenas mudanças para me sentir melhor no carro. Às vezes queremos que o carro vire mais, ou mudamos a altura do carro. Felizmente, a equipe tem muita experiência com o carro e pode me dar bons conselhos.
O quão difícil é para você acreditar em outra pessoa no carro?
Você quer dizer a relação com meu co-piloto? É muito boa. Meu co-piloto Kaj Lindström é um cara ótimo com muita experiência, isso me ajuda muito. Para mim, o objetivo é fazer boas notas e otimizar a utilização delas. Estamos trabalhando nisso e está melhorando a cada rali.
Qual rali mais te surpreendeu?
Para mim todos os ralis WRC são novos - fora a Finlândia. Tudo é novo. Mas o evento mais especial desta temporada foi a Jordânia. A superfície e o caráter do rali mudaram o tempo todo. Foi muito importante trabalhar precisamente com as notas. Conquistamos nossos primeiros pontos lá, é uma boa memória.
O que você sabe sobre o ADAC Rallye Deutschland (Rali da Alemanha)?
Não muito. Sei que é um rali de asfalto com superfícies muito diferentes e que Loeb venceu lá muitas vezes. Só isso.
A Alemanha é um país do automobilismo. É um sentimento especial, como um ex-piloto de F1, competir aqui agora num carro de WRC?
Na verdade não. Não estou pensando em algo assim. Começo todos os ralis da mesma forma. Então a Alemanha é um rali como qualquer outro.
Dizem que na F1 a relação carro para piloto é de 60:40. Como é no rali?
Não sei. Não tenho experiência ainda para medir isto exatamente. Depende de tantas coisas diferentes, se você olhar para as superfícies e táticas. No rali provavelmente há mais variáveis do que na F1. Quando eu pilotava em grandes prêmios, os carros de ponta eram muito parecidos, um piloto podia fazer uma grande diferença.
Com que frequência você fala com seu amigo Sebastian Vettel? Você consegue informações sobre a F1 com ele?
De tempos em tempos nós conversamos, mas não com tanta frequência. Se conversamos, falamos sobre F1 e rali, mas também sobre outras coisas, coisas normais.
O que teria que mudar para que você voltasse à F1?
Não é tanto sobre o que teria que mudar. O problema é ter as opções certas. Eu tive algumas oportunidades de ficar na F1 nesta temporada. Mas elas não eram as opções certas, e é por isso que estou aqui agora.
A luta pelo campeonato de F1 está apertada. Quem será o campeão mundial?
Eu acho que será um duelo entre a McLaren e a Red Bull. A Red Bull é o carro mais rápido, mas eles tiveram alguns problemas com a confiabilidade. Os pilotos estão bastante próximos. A McLaren também tem feito um bom trabalho, especialmente Lewis Hamilton. Acho que será bastante apertado.
O que você acha que podemos esperar de Michael Schumacher na segunda metade da temporada?
É difícil dizer, eu não sei. Ele é um hepta campeão mundial, então obviamente é bom. Também é sempre uma questão de carro, motivação e muitas outras coisas.
E o seu futuro? Há uma decisão de continuar no rali?
Você pode ter certeza de que assim que eu tomar uma decisão eu vou falar para todo mundo. Sempre há opções de fazer coisas diferentes. Eu preciso encontrar a opção certa para mim.
Quando podemos esperar sua decisão?
Quando eu a tomar.
Fonte: Motorsport Aktuell
Agradecimento: Miezicat
Tradução: Fran
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