14 de abril de 2010

Febre na F-1 desde 2009, Twitter sofre com bloqueio governamental na China

Pilotos, equipes e jornalistas terão de driblar proibição para usar suas páginas no serviço de microblogs durante o fim de semana em Xangai

Conhecida por seus inúmeros segredos e até por um certo distanciamento do torcedor, a Fórmula 1, por meio dos pilotos e das equipes, começou a reverter esta situação no ano passado com o uso do Twitter. O serviço de microblog virou febre na categoria e times como a McLaren e a Williams adotaram a ferramenta para mostrar bastidores de seu trabalho nos GPs e nas fábricas. Além disso, a maioria dos jornalistas que acompanha o campeonato têm seus perfis nesta rede social.

Contudo, o GP da China, neste fim de semana, marca um retrocesso para a categoria. O país asiático, conhecido por sua ditadura socialista, limita o acesso dos chineses à internet. E um dos serviços bloqueados é justamente o Twitter, desde o dia 2 de junho de 2009. O Google, maior site de buscas no mundo, brigou com o governo local e exibe resultados do microblog em suas páginas. Mas apenas isso.

Portanto, pilotos, equipes e jornalistas não terão acesso a seus microblogs enquanto estiverem em território chinês. Ou não. Desde semana passada, no próprio Twitter, eles buscam opções para driblar a proibição na corrida em Xangai. Alguns internautas ofereceram dicas para acessar o serviço, mas o controle do país é rígido. Jonathan Noble, editor de Fórmula 1 da revista inglesa "Autosport", não está muito otimista.

- Quando, em um voo, passei por Pequim, o Twitter estava bloqueado. Não sei se ele foi liberado ainda. Alguém sabe se está funcionando? Não sei se teremos muita ação no serviço no circuito neste fim de semana - disse Noble em sua página pessoal.

De fato, o acesso via internet à página principal do serviço está bloqueado pela "Great Firewall of China", em referência à famosa Muralha da China. No entanto, os usuários do Twitter têm algumas opções: usar páginas não-oficiais ou os clientes para celular (como o ÜberTwitter e o Echofon), desenvolvidos por terceiros e que - ainda - não estão censurados pelo governo local.

Os brasileiros mais regulares no Twitter ainda não sabem o que fazer com suas páginas durante o GP da China. Rubens Barrichello, da Williams, responsável pela popularização da ferramenta entre os pilotos do país, não sabia das restrições locais, mas esperava arrumar alguma solução para se manter perto dos fãs. Já Lucas di Grassi, da VRT, está em Xangai e já fez seu primeiro tweet do local, usando um cliente para celular.

Já Karun Chandhok, um dos maiores adeptos do Twitter na categoria (13 dos 24 pilotos titulares usa a ferramenta), escreveu uma situação inusitada em sua chegada à China. Por meio de seu smartphone, o indiano da Hispania agradeceu ao apoio dos fãs e às dicas para usar o microblog no aeroporto.

- Três torcedores muito doces me esperaram no aeroporto de Xangai para me dar instruções de como usar o Twitter na China. Inacreditável...

Fonte: GloboEsporte.com

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