21 de abril de 2010
"Foi o melhor companheiro que já tive", diz 1º brasileiro a correr com Alonso
A ultrapassagem de Fernando Alonso sobre Felipe Massa na entrada dos boxes do circuito de Xangai foi um dos temas mais repercutidos após o GP da China. Apesar de os dois pilotos repetirem em várias entrevistas que a manobra foi normal e que nada mudou na relação dentro da Ferrari, há quem acredite que o clima na escuderia italiana possa esquentar a partir deste episódio.
E o histórico recente de Alonso ajuda a sustentar esta tese: a briga interna com Lewis Hamilton e Ron Dennis na McLaren em 2007, seu envolvimento no escândalo de armação de resultado em Cingapura 2008 e a própria discussão com Massa após o GP da Europa de 2007, em Nurburgring, reforçam a ideia de que o espanhol é um sujeito de convivência difícil.
Mas não é o que pensa o brasileiro Tarso Marques, primeiro companheiro de equipe de Alonso na F-1. Os dois dividiram os boxes da Minardi em 2001, na temporada de estreia do bicampeão mundial na categoria. “Na verdade foi o melhor companheiro de equipe que já tive na vida. Apesar de não falar com ele há alguns meses, nos damos muito bem”, falou Marques em entrevista ao UOL Esporte.
Mesmo com as disputas contra Alonso na pista, Marques revela que nunca teve problemas com o espanhol. “Lógico que na pista disputamos, chegamos a bater um no outro algumas vezes, e até levamos chamada do dono da equipe. Mas passávamos o tempo todo juntos, até nas férias íamos para os mesmos lugares. Tivemos uma relação muito próxima”, falou o ex-piloto da F-1, que atualmente compete na equipe Gramacho Costa, na Stock Car.
Para Marques, a manobra de Alonso em Xangai não deve criar um clima de guerra na Ferrari, porque os dois pilotos já sabiam que a disputa seria acirrada desde o início da temporada. “Pode ter certeza que no interior de cada um, já é assim desde o início. E quando acontece isso [a ultrapassagem em Xangai], mais ainda. Um elogiar o outro é folclore, é contratual, exigência da equipe”, falou.
“Não é que um vai tirar o outro da corrida, mas o companheiro de equipe é o primeiro que você tem de derrotar na F-1. E vale lembrar que já é uma coisa que vem de antes. Eles podem se abraçar, dar risada juntos, tirar foto, mas isso [o passado] conta.”, disse Marques, referindo-se ao episódio em que Massa e Alonso discutiram diante das câmeras após uma disputa de posições durante o GP da Europa de 2007.
Marques também aproveitou para elogiar o compatriota, que admitiu ter cometido um erro que deu a chance para Alonso colocar de lado na entrada dos boxes. “Felipe está sendo muito realista e sincero em todas as declarações. Admiro como ele está conduzido. Perdeu a preferência e teve de deixar passar. A bobeira foi anterior. Na freada, já era fato consumado”, falou Tarso Marques.
Porém, o ex-companheiro de Alonso na Minardi disse que teria agido diferente se estivesse no lugar de Massa. “Vendo como piloto, eu forçaria a barra. Felipe deu mole, digamos assim. Se tracionou mal, fecha. Duvido que Alonso passaria por fora, senão ia dar na parede”, opinou.
“Não pode fazer sacanagem, mas também não pode dar bobeira. Ele [Massa] poderia causar um acidente e os dois ficarem fora? Poderia. Mas o Alonso não pensou nisso e se deu bem. A F-1 é isso: assumir riscos. Na F-1 não tem pena, nem gentileza, nem perdão”, finalizou Tarso Marques.
Fonte: Uol Esportes
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