Alonso baixou expectativas e deixou claro que dificilmente vai vencer na estreia.
Há muito em comum entre Michael Schumacher, Kimi Raikkonen e Fernando Alonso: são três talentos excepcionais, foram campeões do mundo e, desde hoje, juraram encerrar suas carreiras na Ferrari. Temos o alemão ostentando a estrela da Mercedes-Benz em seu capacete; o finlandês de contrato assinado com a Red Bull e, ao que tudo indica, vai se divertir um ano no WRC antes de assumir o cockpit de Mark Webber; e o futuro do espanhol, como o de todos nós, é incerto.
Eu realmente não sei por que os pilotos (e também jogadores de futebol) insistem em fazer esse tipo de promessa. Deve ser por subestimar o fogo da competição que corre no sangue. Isto permanece. Um contrato, ou um ambiente de trabalho harmonioso, não. Acho que Alonso não deveria pensar que já esta na última estação da sua carreira. Deveria sim insistir no outro lado do seu discurso de hoje, na motivação em ter uma trajetória vitoriosa na equipe que defenderá a partir desse ano. O torcedor fanático do Real Madrid até usou o slogan do rival Barcelona, se referindo ao time italiano como "mais do que uma equipe".
Para a idéia de encerrar a carreira em vermelho dar certo, o sucesso terá de vir logo. Pilotos tão excepcionais e talentosos como o espanhol toparam o desafio de reerguer a Ferrari e chegaram em meio a muita festa, mas a falta de resultados comprometeu a relação com a imprensa e os tifosi. O final abrupto da relação foi inevitável. Mas, se chegar vencendo, Alonso tem tudo para se tornar um verdadeiro "Toro Rosso" e escrever uma história de sucesso parecida com a de Michael Schumacher. Seu objetivo, claro, é esse.
Para isso, vai precisar de um bom carro. Nas conversas de bastidores do Wrooom, sinto que a expectativa é por um bólido competitivo, mas sinto também muita preocupação em relação ao consumo de combustível. Com o novo regulamento, quem conseguir aliar potência e economia terá uma vantagem significativa. E a Ferrari parece correr atrás do prejuízo nesse quesito. Vale conferir
Talvez por isso, Alonso tratou de baixar as expectativas e deixou claro que dificilmente vai chegar vencendo logo na estréia. "Vou precisar de umas três ou quatro corridas para me adaptar ao carro e à rotina da equipe", falou. E explicitou também a importância que será trabalhar em conjunto com Felipe Massa neste início, já que o brasileiro está indo para sua quinta temporada em Maranello e conhece muito bem como funciona a rotina ali.
A primeira coletiva de Fernando Alonso vestindo o uniforme da Ferrari mostrou um piloto confiante e faminto pelo sucesso, como se imaginava. Mas muito ciente do tamanho da tarefa que vai enfrentar neste e nos próximos anos, e arrumando uma maneira de ganhar tempo para crescer naturalmente dentro da equipe. Porque as cicatrizes de 2007 lhe ensinaram que não adianta chegar tentando se impor.
Fonte: Luis Fernando Ramos(Ico) Tazio
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