26 de dezembro de 2010

Newey diz que é impossível prever rendimento de novo carro da Red Bull

Adrian Newey, responsável pelo projeto do vitorioso RB6, evitou fazer um prognóstico sobre o desempenho do sucessor do carro campeão mundial da Red Bull para a próxima temporada, o RB7

Se a Red Bull ganhou praticamente tudo em 2010, grande parte desse êxito se deve ao trabalho de Adrian Newey. Projetista responsável por desenvolver alguns dos carros mais vitoriosos da F1, como por exemplo, a Williams FW14, campeã mundial de 1992 com Nigel Mansell, o britânico assinou o projeto do RB6, que ajudou Sebastian Vettel a vencer o título de Pilotos em 2010, além de garantir à escuderia rubrotaurina o Mundial de Construtores.

No entanto, apesar de ter vivido um ano vitorioso, o britânico que completa 52 anos neste domingo (26) preferiu conter a euforia ao falar do carro da Red Bull para 2011. Questionado sobre o que espera do RB7 em termos de desempenho, Newey foi bastante cauteloso.

“Acho que é impossível prever”, declarou o projetista em entrevista à revista britânica ‘Autosport’. “A verdade e isso é a melhor coisa do automobilismo é que as coisas mudam muito rapidamente, como todos nós sabemos. Se as outras pessoas fizerem um trabalho melhor do que nós durante o inverno, então, as coisas vão mudar”, acrescentou o britânico.

Apesar da supremacia apresentada pela Red Bull desde a segunda metade da temporada de 2009, Adrian entende que o domínio passado não é garantia de sucesso no futuro. “Não acho que isso [o bom desempenho no passado] fará a diferença, apesar da confiança. Mas espero que isso signifique que estamos começando a entender o processo de como desenvolver um bom carro, e se nós pudermos fazê-lo [no RB7] e continuar a sermos criativos, então poderemos vir [em 2011] com um bom carro”.

A cautela apresentada por Newey quanto ao novo carro da Red Bull foi a mesma também no RB6, carro com o qual a equipe faturou 15 pole-positions e nove vitórias em 19 provas, e também os títulos dos Mundiais de Pilotos e Construtores. “Para ser sincero, quando nós levamos o carro à pista pela primeira vez, não tínhamos a certeza de onde chegaríamos com ele”, comentou.

O projetista justificou a postura por conta das mudanças de regulamento no começo de 2010. “Houve mudanças razoáveis das regras durante o inverno, com a proibição do reabastecimento e a diminuição dos pneus dianteiros. E como a maioria das outras equipes, nós desenvolvemos um carro com o difusor duplo, então foi muito difícil prever onde estaríamos no final [da temporada]”.

“Durante os testes de inverno, tentamos nos concentrar no nosso programa e não no que as outras equipes estavam ou não estavam fazendo. Levamos um pacote razoável pouco antes da primeira corrida, e a partir de então, fomos para cima”, acrescentou.

Assim como aconteceu no começo deste ano com as mudanças de regras, o cenário que as equipes vão enfrentar em 2011 será semelhante. O novo ano verá a Pirelli como nova fornecedora exclusiva da F1. A categoria vai adotar também o KERS Sistema de Recuperação de Energia Cinética e as asas traseiras móveis.

Newey reclamou da postura apresentada pelas equipes rivais da Red Bull em 2010. Lideradas por McLaren e Mercedes, houve uma série de reclamações sobre o RB6, principalmente sobre o funcionamento das asas dianteiras. As adversárias acusaram a escuderia rubrotaurina de usarem dispositivos móveis e assim, levar vantagem nas corridas.

“Tenho de admitir que foi uma temporada longa e difícil. Ela foi marcada por muitos disparos [das equipes rivais], o que foi um pouco cansativo por um tempo, mais do que tudo, já que essa gente simplesmente não poderia nos alcançar”, criticou o britânico. “Foi comum dizer que somos protegidos, mas quando você é acusado frequentemente, isso se torna muito chato”, completou.


Fonte: Grande Prêmio

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