
Para desapropriar do terreno tantas pessoas, que viviam em moradias que lembram as favelas brasileiras, o Governo do país se utilizou de uma antiga lei, estabelecida ainda na época em que era colônia britânica. Nela, existe o direito governamental de tomar para si qualquer espaço voltado para o "bem comum" sem o consentimento dos proprietários.
Apontando o terreno onde possuía sua residência, hoje parte do autódromo, Ravinder Nagar afirmou ter recebido 675 rúpias (pouco mais de R$ 20) por metro quadrado, valor, segundo ele, muito inferior ao do mercado. E seu caso é só mais um entre tantos de Atta Gujaran, nome da aldeia sobre a qual foi feito o circuito.
"Ao nos tirar das terras, o Governo disse que traria a indústria para cá, dando-nos a esperança de arrumar um emprego", contou o camponês Javgir Sharma, que, como tantos em sua posição, tem rendimentos médios que variam entre R$ 200 e 300 mensais - enquanto o trabalhador comum indiano recebe cerca de R$ 350 no mesmo período. "Mas não é verdade. Ficamos sem qualquer forma de ganhar a vida. Não temos mais fonte de dinheiro".
Distantes de qualquer contato com a cultura ocidental, muitos dos habitantes da aldeia e suas proximidades nunca haviam ouvido falar em Fórmula 1. E, mesmo que quisessem assistir a corrida, não teriam muitas oportunidades, uma vez que o ingresso mais barato para acompanhá-la das arquibancadas não sai por menos de R$ 95.
Fonte: Terra
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