13 de abril de 2010

Entrevista com Kimi Räikkönen de site Russo


Q: Kimi, é verdade que você teve um carro da Rússia?

Kimi: Sim, meu primeiro carro foi um Lada logo após eu conseguir minha carteira. Pais tinham diversos deles, mas eu ganhei o meu de um amigo da família. O motor não funcionava, mas eu consertei ele. Era um bom carro. O principal naquela época era ir de um lugar para outro, e ele servia para isso. Os freios não eram perfeitos, mas bons o suficiente para um primeiro carro. Eu vendi ele mais tarde para um amigo.

Q: Você tem um carro dos sonhos? Mikko passa muito tempo restaurando seu Ford Escort Rally...

Kimi: Não acho que eu possa apontar para nenhum em especial. Gosto de carros diferentes - tanto esportivos como antigos. Seria estranho apontar um em particular.

Q: Rali - é entretenimento ou o resultado importa?

Kimi: Ambos. É claro, estou fazendo o meu melhor para conseguir um bom resultado, mas ainda há muito a aprender. Não é só o estilo de pilotagem que importa, mas muitos outros fatores. Estou tentando me acostumar. O mais difícil é fazer boas notas. Tenho que trabalhar muito com o co-piloto e ele me ajuda.

Q: Por que você escolheu Kaj? Porque ele trabalhou com Tommi Mäkinen?

Kimi: Sim, isso foi importante. Eu conhecia Tommi, e quando eu quis tentar o rali, foi ele que preparou um carro para mim. A ajuda de Kaj é muito útil. Nos conhecemos há muitos anos em Mônaco. Acho que em 2006. Brincamos naquela época que faríamos juntos (o rali) em algum momento. Ele está tentando me ensinar tudo que ele sabe. A ajuda dele não tem preço.

Q: Você teve a oportunidade de co-pilotar com Sébastien Loeb...

Kimi: Sim, os pilotos da Citroën me ajudam. Andar de carona com um piloto como ele é uma oportunidade muito boa para aprender. Foi um experimento muito bom, aprendi muitas coisas novas.

Q: Experiência na Fórmula 1, ajuda?

Kimi: Só no asfalto. Os ralis do começo da temporada (Suécia e México) foram muito difíceis. Nada em comum com a F1. As condições são diferentes com cada passada. É preciso ter uma filosofia diferente aqui.

Q: Na F1 você sempre precisa pilotar no limite e levar o carro ao limite (pneus, freios). Mas no rali, você precisa de alguma reserva e menos risco - para não destruir o carro. Esse foi o motivo de seus acidentes anteriormente?

Kimi: Não, não mesmo. Eu simplesmente não escutei o co-piloto e estava entrando na curva com a velocidade mais alta do que precisava. No México, eu freei muito tarde, batemos no acostamento e capotamos.

Q: No final da temporada haverá alguns ralis no asfalto, podemos contar com seu progresso?

Kimi: Sim, será um pouco mais fácil no asfalto, mas é importante não pensar no resultado agora, mas no progresso. Este é o objetivo.

Q: Quando você era um menino, você queria ser campeão na F1 ou no rali?

Kimi: Ambos. Eu consegui um, ainda tenho o segundo para alcançar. Vamos ver. Estou só no início do caminho, e estou pronto para trabalhar duro.

Q: Estão dizendo que você pode substituir Mark Webber no ano que vem na Red Bull?

Kimi: Eu não tenho contrato para o próximo ano - nem no rali nem na F1. É muito cedo para falar sobre o que vai acontecer.

Q: Você frequentemente disse que gostava mais da F1 dos anos 70 (era James Hunt)...

Kimi: Sim, era uma F1 diferente - sem orçamentos gigantes e marcas globais. Mais descontraída, mais aberta. Mas isto acontece com todo tipo de esporte. Grandes companhias trazem muito dinheiro. O outro lado da moeda - tudo está ficando mais complicado e mais tenso. Eu realmente gosto mais da F1 dos anos 70.

Q: Por que você não foi ao Bahrain, onde quase todos os campeões vivos se juntaram?

Kimi: Eu estava ocupado com o teste do rali e não pude ir ao Bahrain. Só penso no rali hoje em dia.

Q: O que você pensa sobre seu futuro? O que você vai estar fazendo, digamos, quando tiver 60 anos? Estará ainda no esporte ou vai comprar uma casa no lago e pescar?

Kimi: Não sei o que vou estar fazendo no ano que vem e você está me perguntando quando eu tiver 60... Ainda não é hora de pensar nisso, não tenho ideia do que vou estar fazendo. O principal é saúde. Entendo que em algum momento vou ter que parar de correr. Acho que antes dos 60. Se nada acontecer, acho que vou ficar pelas corridas. Minha vida toda é conectada a elas. Este período da vida não pode simplesmente desaparecer...

Agradecimento: Denorth @F1 Racing
Tradução: Fran

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